Bom, minha história de amor com os Beatles começou quando eu tinha meus 14 aninhos (posso dizer que faz um bom tempo...). Na época, eu estava na 8ª série e uma amiga levou uma fita K-7 (lembram-se?) com uma compilação das melhores músicas do início da carreira dos ingleses para a sala de aula. Como era caprichosa, ela escreveu os nomes de todas as músicas na capinha e pediu para que eu as ouvisse.
Chegando em casa, meio desconfiada, achando que aquelas músicas eram para gente velha, coloquei a fita para tocar no aparelho de som da minha mãe. A primeira música foi "Love me Do". Simples e direta, acertou em cheio meu coração.
Depois veio "Please, Please Me", "A Hard Day's Night", "Eight Days a Week", "She Loves You", "Ticket to Ride", "Yesterday" e "Help!". Não pude acreditar em como eram lindas aquelas melodias, que pareciam vir de outro planeta! Foi amor à primeira vista!
Então ela me levava as letras das músicas que, pasmem, ainda eram datilografadas! E eu comecei a acompanhar as músicas com as suas letras, mas ainda queria mais: saber o que aqueles quatro rapazes diziam em suas músicas. E foi assim que, com um dicionário nas mãos e as letras em outra, comecei a aprender inglês, somando às aulas do curso particular.
Aquela fita não me bastou. Fui juntando dinheiro para poder comprar os CDs da banda. Comecei do primeiro: "Please, Please Me". Depois de um tempo, consegui comprar o "With the Beatles", "A Hard Day's Night", "Rubber Soul", "Revolver"..., até chegar ao "Let it Be". Quando completei a coleção, vieram os trabalhos piratas e lançamentos de coletâneas antigas como "The Beatles Live at BBC" e o "Anthology", com seus 3 CDs duplos.
Naquela época, não existia a internet para fazer o download das músicas que queríamos ouvir. Desse modo, ou tínhamos que comprar o CD ou então esperar que a música tocasse na rádio para gravá-la. Isso parecia nos deixar mais ansiosos e felizes ao adquirirmos um trabalho novo de nossos artistas, fazendo com que ouvíssemos faixa por faixa com muita atenção.
A cada aquisição, novas surpresas. Eles evoluíam demais a cada trabalho, tendo passado pelos mais diferentes ritmos musicais em apenas 10 anos de carreira. Nenhuma música era igual a outra e as suas fases eram completamente distintas uma da outra, o que me deixava cada vez mais curiosa para conhecer os próximos discos. Por isso, comprei livros, revistas e tudo o que dizia respeito a eles e fui montando uma pasta linda. Até hoje a tenho como recordação.
Em 2005, realizei o meu sonho: conhecer a terra dos meus heróis. Estive em Liverpool, andei pelas mesmas ruas que eles andaram, entrei no Cavern Club (não o verdadeiro, pois esse não existe mais) e visitei o museu dedicado a eles. Além disso, é claro, tive que atravessar a Abbey Road, em Londres.
Porém, só pude ver um deles ao vivo: Paul McCartney, em sua turnê de 2010. Parecia um sonho ouvir todas aquelas músicas que marcaram momentos tão importantes da minha vida cantadas ao vivo por ele, na minha frente, mesmo que estivesse tão longe. Afinal, esperei tanto por esse momento que parecia que ele estava tocando somente para mim. Foi difícil conter as lágrimas, principalmente em "Eleanor Rigby" e nas homenagens feitas a George Harrison com "Something" e a John Lennon com "A Day in the Life" e "Give Peace a Chance".
A minha história com os Beatles é longa e até hoje guardo momentos inesquecíveis sobre eles, mas esse post ficaria muito longo. Depois deles, outras bandas e cantores de rock apareceram em minha vida, graças aos acordes e letras tão bem trabalhados por eles. Por esse motivo, agradeço a beleza, criatividade e destreza de suas músicas, pois elas me levaram a conhecer o universo tão amplo e diversificado que é o do rock and roll.
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